SEM CRÉDITO DO GOVERNO, GRÁFICAS VEEM FUTURO INCERTO E DEMISSÕES

Confederação Nacional dos Gráficos Conatig

Antes da pandemia, apenas no 1º ano do governo Bolsonaro, ele foi capaz de encolher os empregos nas gráficas em quase 4%. Agora, com quatro meses de atraso para a liberação de crédito e altas taxas de juros exigidas para o setor enfrentar a pandemia, gigantes do ramo, como a Log&Print, crítica a situação e fala em demissões diante das incertezas para o futuro. LEIA MAIS https://www.conatig.org.br/sem-credito-do-governo-grafica-veem-futuro-incerto-e-demissoes/Se as grandes indústrias gráficas, mesmo tendo grande capital de giro, como a Log&Print, em Vinhedo-SP, já estão sentido o impacto econômico do coronavírus e a falta de uma política efetiva do governo para amenizar o problema, imaginem as micros empresas, aquelas que faturam até 360 mil por ano? A dificuldades para estas são infinitamente maiores. O risco de quebrar é maior. O problema é que se isso ocorre, também aumenta o prejuízo para os trabalhadores, porque as micros correspondem a 81,2% de todas as gráficas em todo o Brasil, conforme demonstra o estudo atual feito pelo Dieese com dados da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abrigraf). Cada uma dessas micro empregam até nove trabalhadores.As micros empresas desempenham um forte componente de distribuição de renda no Brasil. No setor gráfico, por exemplo, mesmo elas faturando só até R$ 360 mil anualmente, respondem por grande oferta de postos de trabalho respectivamente. Cada micro emprega até nove gráficos. “Assim, apesar do baixo faturamento, o dinheiro ganho é dividido entre pagamento de folha salarial (para os profissionais) e outra parte para pagar impostos”, destaca Iraquitan da Silva, diretor de relações Sindicais e Previdenciária da Confederação Nacional dos Trabalhadores Gráficos (Conatig).Depois das micros, o segundo maior número de indústrias gráficas dentro do país são as de porte pequeno, aquelas com faturamento anual acima de R$ 360 mil até R$ 4,8 mi. Em 2019, elas dominavam 15,9% do setor. As pequenas também desempenham forte papel na oferta de empregos com até 49 vagas para os trabalhadores. Juntas, as micros e as pequenas correspondem à quase todo o setor, com 97,1% das empresas gráficas.“Contudo, assim como a Log&Print, que é uma empresa de grande porte e assim como ela só há 0,4% dessas gráficas em todo o Brasil, as micros, pequenas e as médias empresas também estão enfrentando dificuldades para conseguirem crédito financeiro do governo, mesmo depois de tantas medidas anunciadas”, diz Leonardo Del Roy, presidente da Conatig. Não por acaso, na última semana, o próprio presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, criticou a nova MP 975 de Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes, dizendo que a medida comete os mesmos erros da MP 944, os quais manterão as dificuldades para que o recurso seja liberado na ponta.

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